domingo, 1 de abril de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

RITA e RAJ
















Em dezembro do ano passado, minha filha mudou-se para Bertioga. Antes de assumir o cargo para o qual foi chamada, teria que fazer um treinamento em São Paulo durante 15 dias.

Assim, ela resolveu deixar aqui na cidade os seus bichinhos de estimação que fazem parte da família, a cadelinha de médio porte Rita e o gato Raj. Isso até que ela fosse ficar definitivamente na praia. A Rita ficou na casa de uma amiga dela, que já tem um casal de cães e o Raj ficou na minha casa, onde já moram a Pipoca e o Petrúquio, meus gatos.

A Rita e o Raj são vira-latas e foram adotados pela minha filha há alguns anos. Ela é branca com pintas pretas e ele é amarelinho rajado de branco. Ambos são lindos.

Quando ela veio buscar os bichinhos em São Carlos, pediu-me para acompanhá-la na viagem, para ajudar a cuidar deles no percurso e para revezarmos na direção. Afinal, Bertioga é longe!

Pretendíamos sair às 4h, mas só conseguimos sair às 6 da manhã. A Rita foi presa no cinto de segurança e o Raj numa caixa apropriada para transportar animais. Tudo conforme as instruções da veterinária. Como prevíamos, o Raj foi miando o tempo todo e a Rita foi deitada embaixo do banco. Ela é muito medrosa.

Fizemos várias paradas para oferecer água aos animais. Fazia muito calor e o carro da minha filha não tem ar condicionado. Mas eles não quiseram beber nada, não teve jeito. E o Raj miava, miava, miava alto.

O tempo passava e íamos nos aproximando do nosso destino; o sol cada vez mais forte e o calor insuportável. Quando estávamos quase lá, o Raj parou de miar. Era minha filha quem estava dirigindo.

Eu olhei para ele no banco de trás e fiquei muito assustada. Ele estava de boca aberta, parecia desidratado e muito mal. Não tinha posto de gasolina, nenhum lugar decente para pararmos. Mesmo assim, eu disse para minha filha parar o carro porque se os bichinhos não bebessem água imediatamente, não sei o que poderia acontecer. Ela parou no acostamento.

Pegamos as garrafas de água e com o dedo mesmo enfiamos água goela abaixo da Rita e do Raj e também jogamos um pouco no pelo deles para refrescá-los. Ninguém pensou que seringas seriam ótimas nessa hora. Nem a veterinária…

Já era quase meio dia.

Depois que eles ficaram bem, eu desabei a chorar, morrendo de dó de quem nem sabia para onde estava indo, nem por que. Bichinhos reagem, mas não opinam.

A história não acaba aqui, mas foi um capítulo do qual não vou esquecer tão cedo.

Priscila Willik – 05-02-2012

sábado, 3 de setembro de 2011

Ontem e hoje


Ontem, homem não queria mulher fácil. Hoje, falta mulher difícil e não tem homem disponível. Cadê todo mundo?

Ontem, homem queria mulher virgem. Hoje, a mais experiente é valorizada.

Ontem, transar com outro era traição. Hoje, é relacionamento aberto.

Ontem, os avançadinhos iam para o motel. Hoje, transam na casa dos pais.

Ontem, as pessoas se casavam e iam morar na mesma casa. Hoje, elas se separam e nem eram casadas.

Ontem, mulher separada (ou solteirona) era discriminada. Hoje, casar está meio fora de moda. Exceto para celebridades.

Ontem, quem mandava era o pai. Hoje, quem manda são os filhos, a empregada, o cachorro, o vizinho, o papagaio, a sogra, e a mulher (de vez em quando).

Ontem, dar uma palmada no filho era educar. Hoje, “educar” virou crime.

Ontem, a professora usava palmatória. Hoje, se sobrou alguma está no museu.

Ontem, a escola também educava. Hoje, alunos andam armados.

Ontem, você comandava os aparelhos. Hoje, eles comandam você.

Ontem, tinha gente do outro lado da linha. Hoje, voz eletrônica.

Ontem, comer fora era uma festa. Hoje, a festa é comer em casa.

Ontem, comer bem era encher a pança. Hoje, só saladinha.

Ontem, você escrevia cartas. Hoje, você posta no Facebook.

Ontem, velho tinha 50 e se aposentava. Hoje, está passando dos 100 e ainda trabalha.

Ontem, bunda era palavrão. Hoje, ninguém sabe o que são nádegas.

Ontem, pedir desculpas era nobreza. Hoje, fraqueza.

Ontem, andar a pé era coisa de pobre. Hoje, é chique fazer caminhada.

Ontem, palhaço trabalhava no circo. Hoje, no Congresso.

Ontem, quando ia à praia, o cara esperava horas para dar notícia à família. Hoje, no caminho o celular já está tocando.

Ontem, mulher ficava no fogão. Hoje, no Palácio.

Ontem, eu tinha ideias bizarras. Hoje, “bizarrei” de vez.

Ontem, havia um montão de coisas estranhas. Hoje, também!

Como será amanhã?

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Mudei os provérbios


Mudei o provérbio: quem não tem cão compra caçado.

Mudei o provérbio: quem com ferro fere deixará alguém ferido.

Mudei o provérbio: quem ama o feio é simplesmente mais um.

Mudei o provérbio: os melhores perfumes estão nas maiores panelas.

Mudei o provérbio: cabeça vazia é oficina da minha consciência.

Mudei o provérbio: quando a cabeça não pensa é que já está no caixão.

Mudei o provérbio: um dia a casa cai e você levanta.

Mudei o provérbio: antes mal acompanhado depois não.

Mudei o provérbio: quando os gatos saem os ratos já tinham saído.

Mudei o provérbio: Deus dá o frio e quem não tiver cobertor que se dane.

Mudei o provérbio: a galinha do vizinho é mais magra.

Mudei o provérbio: mais vale um pássaro voando não cagando (eu tive que rimar).

Mudei o provérbio: há males que vêm pra piorar.

Mudei o provérbio: galinha velha dá bom caldo enquanto a franguinha dá as coxinhas.

Mudei o provérbio: em terra de cego quem tem um olho é discriminado.

Mudei o provérbio: a voz do povo é a voz de Deus e a voz de Deus é a invenção do povo.

Mudei o provérbio: quando a esmola é demais o padre desconfia do santo.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Eu queria só um pouco mais


Eu queria ter só um pouco mais dinheiro para ajudar os pobres. Eu sou pobre.

Eu queria ser só um pouco mais magra para entrar nas roupas e nas lojas onde se vendem roupas.

Eu queria ser só um pouco mais inteligente para desvendar certos mistérios da vida. Um deles tem a ver com a relação entre o avanço da idade e a quantidade de amigos. Inversamente proporcionais.

Eu queria ser só um pouco mais esperta para dizer sempre o que penso para todas as pessoas com quem convivo. Ou será que se eu fosse mais esperta eu diria menos ainda do que eu digo hoje?

Eu queria ser só um pouco mais extrovertida para me sentir bem em todos os lugares, conversar com todo mundo e dar mais risadas. Mas só quando eu estivesse a fim.

Eu queria ser só um pouco mais alta para conseguir alcançar as coisas que estão acima do meu limite. Porque já perdi a coragem de subir em banquinhos e escadas.

Eu queria ser só um pouco mais culta para ter segurança ao discutir sobre política, relações exteriores, economia, ciência, filosofia, religiões e o diabo a quatro…

terça-feira, 15 de março de 2011

Amores / Beleza


O único amor incondicional de verdade é o do seu cão. Ele passa fome com você e não te come. Ele te lambe.

É difícil e perigoso dimensionar o amor. Seja o de mãe, o do amigo, o do irmão ou o do namorado. E sempre antes do “te amo” vem o “Eu”.

É fácil você declarar o seu amor a alguém. Mas somente ações evidenciam sentimentos.

Quem não é capaz de amar, também terá dificuldade em lidar com o amor que recebe de alguém.

Você pode ter uma esposa linda e loira, mas ninguém garante quanto tempo isso vai durar. Aparência não vem com prazo de validade, mas que tem, tem. Chega uma hora que plástica nenhuma conserta…

Cada vez mais uma boa aparência significa dinheiro no bolso e sacrifício. Para seguir a moda, maquiar-se, depilar-se, tingir o cabelo, aplicar botox, colocar silicone, fazer lipoaspiração, academia…

Está cheio de homens barrigudos e carecas exigindo namoradas elegantes e novinhas! Espelho neles!

Quando eu vejo um casal de velhinhos de braços dados na rua, eu penso: acho que são irmãos!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Trabalho


Se você perdeu o emprego e está desesperado, lembre-se do seu ex-patrão (e da santa mãezinha dele), que jamais irá encontrar alguém como você. O chato é que você encontrará outros tantos iguaizinhos a ele!

Na falta de um emprego neste momento, que tal uma caminhada na praia ou numa trilha?

Aturar patrão pode ser difícil. Mas não impossível!

Mudar de emprego, como qualquer mudança, é complicado. Porém você só vai saber que complicações serão essas se tomar uma atitude. E talvez a única complicação seja você decidir.

Embora eu deteste aconselhar, aí vai um conselho: no seu primeiro ano num emprego, não falte. Depois, também.


Religião e espiritualidade

Por que será que alguns líderes religiosos gritam tanto durante os seus sermões? Deve ser porque eles próprios não estejam ouvindo bem suas próprias vozes.

Espiritualidade vai muito além da religião. E para ser uma boa pessoa, honesta, justa, sensata, equilibrada e feliz, não é necessário ser religiosa. Basta querer e buscar os caminhos.